Iniciamos neste mês a poda árvores. A partir no Novembro mês
que começa o período chuvoso é possível fazer a poda das árvores sem danificar
a madeira. Todo o processo em nossas plantações deve durar duas semanas e dará novo
vigor para o crescimento das árvores.
GIS Forestry
terça-feira, 24 de novembro de 2015
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Preparação Para Poda Anual de Nossas Plantações
Estamos nos preparando para
iniciar a poda em nossas plantações. A poda que é necessária todos os anos será
feita neste mês de Novembro. Começaremos pela Plantação Jaguar que tem 1000
arvores e seguiremos para a plantação Tucano que tem 800 árvores, o processo deve durar em media duas semanas. Todos os
galhos ao alcanço de 5 metros serão cortados. O processo demanda atenção e
cuidado pois o corte tem que ser rente a casca porem sem machuca-la, pois a poda
feita de modo incorreto pode levar a imperfeição da madeira e até mesmo a morte
da árvore. Nosso grupo foi treinado e capacitado para fazer tal trabalho.
Tivemos uma aprendizagem com um técnico em Plantações de Teca que trabalha em
nosso estado.
sábado, 10 de outubro de 2015
Manutenção da Teca
Como á sabemos a Teca é uma espécie exótica usada no Brasil
não só para reflorestamento como para comercialização. Sendo assim as árvores demandam
cuidados em seu crescimento para que a rentabilidade possa ser maior. Entre os
cuidados estão: manejo do solo, desbaste e podas anuais.
Manejo do Solo: antes de realizar o plantio das mudas o solo
deve passar por uma preparação. Primeiro é feita a analise de solo para saber
as deficiências do solo a ser utilizado. Depois é feita a reparação de
nutrientes ausentes ou em menor quantidade de acordo com analise de solo.
Depois é feito o manejo do solo aragem e gradiação. Ao fim são feitas as covas
e depositadas as mudas. É importante que o local fique isolado, pois animais
podem acabar comendo ou pisoteando as mudas levando a sua destruição. Em alguns casos é feita uma preparação com
herbicidas para evitar pragas, os casos de má formação ou destruição por meio
de pragas em plantios de teca são raros, mas não inexistentes.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Certificado FSC
O que é o certificado
FSC?
FSC é a sigla de Forestry Stewardship Council, que em português
significa Conselho de Manejo Florestal. FSC é uma instituição internacional,
sem fins lucrativos, formada por representantes de entidades do mundo todo e é
um dos únicos sistemas de certificação florestal apoiado por grandes entidades,
como WWF e Greanpeace. É baseada em três pilares de igual importância:
econômico, ambiental e social.
A certificação florestal busca contribuir para o uso adequado dos
recursos naturais, apresentando-se como uma alternativa à exploração predatória
das florestas. Atesta que determinada empresa ou comunidade obtém produtos
florestais, respeitando os aspectos ambientais, sociais e econômicos da região.
Como obter?
Para obter a certificação florestal, a empresa ou comunidade é avaliada
segundo os padrões de desempenho ambiental, social e econômico estabelecidos
pelo Conselho de Manejo Florestal - FSC.
O selo agrega um valor ambiental e econômico ao produto. No caso da Teca
todo o material proveniente de uma plantação certificada terá o selo do FSC
para comprovar que aquele material veio de um plantio ambientalmente e
socialmente correto. O produto com selo tem um valor mais alto no mercado
principalmente no mercado exterior como na Europa. Os compradores buscam
plantios que tenham o certificado, pois assim eles têm certeza que a plantação
foi mantida corretamente e é ambientalmente sustentável isso atrai clientes. Hoje
é importante levar em consideração a onda verde que os consumidores procuram,
se tem o maior interesse em materiais e produtores com selos de certificação,
pois os consumidores estão mais atentos ao que é ambientalmente sustentável.
O posicionamento da Green Ivestment Solution sobre o FSC?
Nos da empresa Green Investment somos a favor da certificação do FSC e
procuramos plantações e serrarias que já possuam o selo. Nossos investidores
procuram aqui no Brasil plantações e materiais de Teca que tenham o selo, pagam
um valor consideravelmente mais alto. Com o selo os produtores podem receber um
valor mais alto por suas árvores, nos podemos negociar os produtos por um valor
melhor assim evoluir e aumentar o valor de mercado, dando aos produtores uma
melhor base de negociação. Incentivamos os produtores a adquirir o selo, as
serrarias a certificar suas empresas e aos novos plantios que já comecem com o
selo assim se adaptando as normas para fazer a manutenção correta dos plantios,
tornando o a madeira em produto melhor e agregando maior valor ao produto tanto
em natura quanto beneficiado. A empresa Green já esta trabalhando e criando um
viveiro com selo para que possamos vender mudas com o certificado FSC, assim os
produtores terão mudas já certificadas e continuaram a certificar suas
plantações. Temos uma equipe técnica que ajudara e instruíra os produtores em
como manter seus plantios.
Noticias sobre o assunto?
O Brasil possui hoje a 5ª maior área de florestas certificadas pelo
FSC no mundo, com 5,2 milhões de hectares, atrás
apenas do Canadá (23,6 milhões ha), Rússia (19,7 milhões ha), Suécia (10,7
milhões ha) e Estados Unidos (10,8
milhões ha). Cerca de 40% da área certificada no Brasil está nas plantações
florestais localizadas majoritariamente no sul e sudeste do país, na área da Mata
Atlântica, principalmente. Outros 30% estão nas mãos de
comunidades tradicionais, destacando-se a Terra Indígena do Baú, com mais de
1,5 milhão de hectares, certificada para o manejo de produtos florestais
não-madeireiros. Outros 23% estão certificados para a produção de madeira em
escala empresarial, e 9% das áreas são plantações florestais na Amazônia,
concentradas nos estados do Pará, Amapá e Mato Grosso. Áreas manejadas por
comunidades para a extração de madeira constituem menos de 1% do total de áreas
florestais brasileiras certificadas.
http://ambiente.hsw.uol.com.br/fsc3.htm
Links
http://ambiente.hsw.uol.com.br/fsc3.htm
http://amazonia.org.br/2012/12/certifica%C3%A7%C3%A3o-renova-f%C3%B4lego-das-licita%C3%A7%C3%B5es-de-florestas/
http://br.fsc.org/
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/certificacao_florestal/
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Manual do Cultivo
Teca
1. INTRODUÇÃO
Árvore de grande porte
A teca, Tectona grandis, é nativa das
florestas tropicais de monção do Sudeste Asiático (Índia, Mianmar [antiga
Birmânia], Tailândia e Laos).Sua área de ocorrência natural é ampla,
estendendo-se entre os paralelos de 09º N e 25º N, compreendendo regiões
situadas desde o nível do mar até mil metros de altitude, sujeitas a
precipitações anuais entre 500 e 5.000 mm e a temperaturas absolutas entre a
mínima de 2º C e a máxima de 48º C (figura 1).
A – Índia
B – Mianmar
C – Tailândia
D – Laos
Figura 1. Regiões de ocorrência natural da teca (segundo A. Kaosa Ard)
É árvore de grande porte, podendo alcançar 2,50 metros de diâmetro e
mais de 50 metros de altura. Seu tronco é habitualmente retilíneo, de seção
circular e reduzida conicidade. A casca é gretada e de cor cinza ou marrom;
embora não seja grossa (cerca de 15mm), parece ser termo-isolante, conferindo
elevada resistência ao fogo. Suas folhas, de inserção oposta, despertam a
atenção pelo tamanho, que pode alcançar 60 x 80 cm, e por serem caducas, isto
é, caírem por ocasião da estação seca. As flores, de cor creme, são pequenas,
numerosas e encontram-se reunidas em inflorescências do tipo panícula (figuras
2 e 3). A floração é intensa e inicia cerca de um mês após as primeiras chuvas,
estendendo-se por mais de 60 dias.
Figura 2. Inflorescência (segundo H. Keiding) Figura 3. Flor ( segundo
H. Keiding)
O fruto é uma drupa, mede de 1 a 2 cm de diâmetro e pode conter
até quatro sementes. A teca é uma espécie de hábito pioneiro, isto é,
que ocupa com velocidade as clareiras abertas na floresta; é também uma planta heliófita,
ou seja, que exige plena exposição à luz solar, não tolerando qualquer forma de
sombreamento. Seu crescimento inicial em altura é muito rápido, chegando aos
três metros no primeiro ano e aos cinco metros, ou mais, no segundo.
Madeira de qualidade
A madeira da teca goza de boa reputação e forte procura no mercado
internacional, por suas boas qualidades. É madeira:
• moderadamente pesada - Pesa cerca de 650 quilos por metro cúbico,
situando-se portanto entre o cedro e o mogno;
• de boa resistência em relação ao peso - Sua resistência à tração,
flexão e outros esforços mecânicos é semelhante à do mogno brasileiro. É um
aspecto da maior importância na produção de móveis, especialmente cadeiras,
permitindo que sejam leves e, ao mesmo tempo, resistentes;
• estável - Praticamente não empena e pouco se contrai durante a
secagem. Da mesma forma, não é sensível às variações na umidade do ambiente.
Trata-se de uma propriedade essencial no caso de portas, janelas e gavetas,
permitindo que abram, fechem e corram sem maior dificuldade;
• durável - O cerne da teca não é atacado
por cupins, carunchos ou outros insetos (figura 4). Igualmente, é imune à ação
dos fungos apodrecedores de madeira, pelo que pode ser enterrado, exposto ao
tempo ou à água do mar, sem sofrer maior dano. A durabilidade do cerne deve-se
à “tectoquinona”, um preservativo natural contido nas células da madeira. Na
Europa é bastante comum o uso de bancos e outros móveis de jardim produzidos em
teca, que ficam permanentemente expostos ao tempo, sem a proteção de óleo,
tinta ou verniz. A madeira da teca, nessas condições e com o passar do tempo,
toma uma agradável coloração cinza. O alburno da teca oferece todas as
boas propriedades do cerne, exceto a durabilidade; de forma que, o alburno pode
ser utilizado sem restrição em obras internas; no caso do seu emprego exposto
ao tempo ou enterrado, é recomendável impregná-lo com um produto preservativo.
A impregnação não oferece maior dificuldade, pois o alburno é permeável. A
viabilidade de seu uso aumenta consideravelmente o aproveitamento da madeira do
reflorestamento. Tanto o alburno, como o cerne da teca, contém outra
substância, denominada “caucho”, uma espécie de látex que reduz a absorção de
água e lubrifica as
superfícies, reduzindo a abrasão. Outrossim, a madeira de teca é
bastante resistente a ácidos e protege o ferro (pregos e parafusos) da
corrosão;
• fácil de trabalhar - De textura média, grã direita e superfície
lustrosa, a madeira da teca pode ser serrada, aplainada, lixada e furada sem
maior dificuldade. Ela praticamente não racha ou trinca e permite um acabamento
esmerado. A despeito de sua natureza oleosa, não apresenta dificuldades na colagem.
• muito decorativa - O cerne recém cortado é esverdeado, alterando
para amarelo-dourado ou marrom quando exposto à luz e ao ar. Pode apresentar veios
escuros, de bom efeito decorativo. O alburno, de cor brancoamarelada, é bem
destacado. Os anéis de crescimento são visíveis.
Uso múltiplo
As boas propriedades da madeira de teca lhe conferem múltiplas aplicações.
No mercado internacional, onde seu preço é elevado, o uso se restringe às aplicações
mais nobres, concentrando-se em:
• móveis para uso externo (varanda e jardim),
• pisos (assoalho, parquet, etc),
• decoração interior e exterior (painéis de lâminas faqueadas e
lambris) e
• construção naval - com destaque para o revestimento do convés de
veleiros e
iates.
No entanto, nos países onde a teca é nativa ou plantada, seu uso é bem
mais abrangente, incluindo o emprego generalizado da madeira de pequeno diâmetro
dos desbastes e do alburno. Painéis de sarrafos colados, contendo
madeira de cerne e de alburno, são largamente utilizados na fabricação de
móveis, portas, na decoração interna e na produção dos mais variados artigos. A
madeira de pequeno diâmetro dos desbastes, na forma roliça ou
simplesmente serrada, tem amplo uso na edificação de construções
rústicas, seja como vigamento, esteio ou madeiramento do telhado. O cerne da
teca é tão durável quanto o da aroeira, pelo que é empregado no meio rural como
poste, moirão, esticador, vara de curral, etc. Postes de teca, incluindo
alburno tratado com preservativo, encontram boa colocação na
transmissão de energia elétrica, por serem leves, resistentes e
duráveis. A inclusão do alburno impregnado permite a produção de postes de bom
tamanho em prazo relativamente curto.
Preços firmes e crescentes
A madeira de teca, mais conhecida por teak, teakholz ou teck, seu nome
comercial em inglês, alemão e francês respectivamente, tem mercado certo no exterior,
onde seu preço é significativamente maior do que o de qualquer outra espécie de
madeira. Segundo o Boletim nº 2/11 da Organização Internacional de Madeiras
Tropicais - OIMT, o preço médio de venda alcançado nos leilões ocorridos nos
dias 20 e 23 de janeiro de 2006, em Mianmar, para toras de teca da classe de
qualidade denominada “4th veneer quality”, que pode ser traduzida por “4a classe para faqueação”, com medidas mínimas de
2,40m para o comprimento e de 0,48m
para o diâmetro, foi de €3.346 por tonelada Hoppus, equivalentes a US$2.283/m3,
na medida geométrica. No mesmo local e datas, o preço médio alcançado pelas
toras da 4a classe de qualidade para
serraria (Sawing Quality Grade 4) foi de €1.064 por tonelada Hoppus,
equivalentes a US$726/m3 na medida geométrica. O mesmo Boletim registra que em
janeiro de 2006, na Guatemala, toras de teca de desbaste, de plantação, com
diâmetros médios de 16 cm e acima, destinadas ao mercado indiano, alcançaram
preço médio de US$230/m3 FOB porto.
Mercado - produtores e consumidores
A produção mundial é estimada em cerca de três milhões de metros cúbicos/ano.
Os maiores produtores são Indonésia, Mianmar, Índia e Sri Lanka. A maior
parcela desta madeira é consumida pelo mercado interno dos países produtores. Aproximadamente
500 mil metros cúbicos/ano são comercializados no mercado internacional. Entre
os importadores destacam-se Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Dinamarca,
Emirados Árabes, Estados Unidos, Holanda, Itália, Japão e Reino Unido. Hong
Kong e Cingapura são importantes centros de
manufatura e reexportação da teca originária de Mianmar. Índia e
Tailândia, que até recentemente eram exportadores de teca, passaram a
importá-la. O consumo de teca nesses dois países é grande e abre a perspectiva
para a colocação da madeira de pequeno diâmetro dos desbastes, seja em toras ou
serrada.
Perspectivas do mercado
A procura por madeira de teca deverá continuar ampliando por conta de:
• o aumento do consumo, decorrente da elevação do padrão de vida nos
países do Sudeste Asiático, onde o uso da teca é tradição arraigada;
• a disponibilidade decrescente das outras madeiras tropicais de
qualidade, todas elas originárias da exploração da floresta natural;
• a crescente conscientização ambiental do consumidor europeu e
norteamericano, preocupado com a preservação da floresta tropical e
• o mercado brasileiro que, por si, oferece um grande potencial de
consumo futuro. Os estoques de madeira de maior qualidade e valor da Amazônia, como
é o caso do mogno, do cedro, da cerejeira e do freijó, foram explorados à
exaustão. Também as espécies de valor secundário, como é o caso – entre outros
- do ipê, do cumaru e da itaúba, estão com os dias contados; seus estoques não
deverão perdurar por mais que 5 anos. Portanto, o suprimento
do mercado interno dependerá progressivamente da oferta de madeira oriunda
de plantações. Do lado da oferta, vale registrar que no Sudeste Asiático e em
outras regiões
onde a Teca era tradicionalmente plantada, não existe mais
disponibilidade de terras para a ampliação dos plantios. Outrossim, por serem
regiões com grande densidade populacional, as terras disponíveis para o plantio
de árvores são de qualidade inferior e sujeitas a freqüentes incêndios,
condições que reduzem a produtividade e obrigam à extensão do ciclo de corte, para
até 100 anos. Obviamente, tais plantações não poderão competir com os plantios
de ciclo curto, viáveis no Brasil.
Tradição centenária no reflorestamento
O reflorestamento da teca tem longa tradição no Sudeste Asiático,
tendo sido inicialmente desenvolvido como um sistema agro-silvicultural, para
recompor áreas abandonadas pela agricultura itinerante. Na segunda metade do
século XIX, os colonizadores europeus deram início ao plantio sistemático e em
larga escala da teca, com o propósito de assegurar a disponibilidade sustentada
da madeira, então de estratégica importância para a construção de navios
mercantes e de guerra. A área atual das plantações de teca é superior a 2,5
milhões de hectares, concentrando-se na Índia, Indonésia, Mianmar e Tailândia. Existem
também extensas plantações da espécie na Oceania, na África, no Caribe e em
nosso País.
A despeito de estas plantações terem sido estabelecidas em formações homogêneas,
cobrindo áreas extensas e contínuas, a teca mostrou ser pouco sujeita a pragas e
doenças. Outrossim, a dispersão geográfica destas plantações demonstra
tratar-se de espécie de boa adaptabilidade.
A introdução da teca no Brasil
As plantações mais antigas e de maior expressão do país encontram-se estabelecidas
na região de Cáceres, no estado de Mato Grosso. A introdução da teca deu-se em
1968, através da Cáceres Florestal S/A. Na época, a empresa desenvolvia um
amplo programa de pesquisa, com o objetivo de identificar as essências
madeireiras mais promissoras para o plantio na região. Ao lado do mogno e de
outras espécies nativas de valor, foram testadas algumas exóticas. A teca
sobressaiu pela rusticidade e rápido crescimento em altura; contribuíram também
para sua escolha o excelente histórico constante da literatura e o elevado
preço de sua madeira no mercado internacional. O plantio em escala comercial
teve início em 1971. Uma inovação marcante que caracteriza os plantios da
Cáceres Florestal é o
curto prazo do ciclo de corte, de apenas 30 anos. Na maior parte das plantações
de teca do Sudeste Asiático, o ciclo de corte varia entre 60 e 100 anos. O
curto ciclo de corte é, sem dúvida, um passo essencial à viabilização econômica
do plantio comercial da teca. As plantações da Cáceres Florestal demonstram -
através da boa forma e do porte de suas árvores, bem como da qualidade da
madeira colhida - o acerto da escolha e das técnicas silviculturais
desenvolvidas pela empresa. O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas da
Universidade de São Paulo), realizou ensaios com madeira de teca colhida nas
plantações da Cáceres Florestal e concluiu serem suas propriedades físicas e
mecânicas semelhantes
àquelas da madeira do Sudeste Asiático. Foi somente em 1989 que a
Cáceres Florestal S/A deu início à divulgação dos seus bons resultados no
plantio da teca. Desde então, a cada ano, um número crescente de produtores
rurais, madeireiros e investidores vêm plantando a espécie. Estima-se que a
área plantada com teca em território brasileiro tenha ultrapassado os cem mil
hectares em janeiro de 2006.
2. REQUISITOS AMBIENTAIS
Como já mencionado, a teca é espécie rústica e de boa adaptabilidade, vingando
e crescendo em condições ambientais bastante variadas. No entanto, sendo o
objetivo do empreendimento a produção de madeira de qualidade, com dimensões
para serraria e laminação, é necessário que os seguintes requisitos sejam
atendidos:
Climáticos
O clima mais indicado é o tropical úmido, com verão chuvoso e inverno
seco, observados os seguintes parâmetros:
• precipitação anual: entre 1.250mm e 2.500 mm;
• período seco: um período seco de três a cinco meses favorece
a qualidade da madeira. O período seco deve coincidir com o período de
temperaturas mais baixas;
• temperatura média anual: acima de 22º C. É preciso ter em conta que
o calor favorece o crescimento da teca. Kaosa Ard e outros pesquisadores da Tailândia
verificaram que as mudas de teca crescem melhor sob temperaturas diurnas de 27º
a 36º C e temperaturas noturnas de 22º a 31º C;
• temperatura mínima: a teca é sensível à geada.
Edáficos (relativos ao solo)
O solo deve ser profundo, permeável, com razoável capacidade de
retenção de água e de fertilidade mediana ou melhor. Por solo profundo
entende-se aquele que não apresenta impedimentos ao livre desenvolvimento das
raízes até a profundidade de um metro. Entre os
impedimentos mais comuns vale citar o “pé de arado”, subsolo
compactado por pisoteio de gado ou pela passagem repetida de trator ou outro
maquinário, subsolo com piçarra ou cascalho, laje ou lençol freático
superficiais. Permeabilidade é a propriedade de o solo permitir a passagem de
ar e água. Capacidade de retenção é a propriedade de o solo reter água. A
capacidade de retenção de água está ligada à textura do solo, ou seja, se o
mesmo é mais arenoso, siltoso ou argiloso. Os solos de textura média, com
predominância de areia sobre argila, são os mais indicados. A teca não se
desenvolve bem em solos muito úmidos, nem naqueles muito secos. A fertilidade é
representada pela presença de nutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio,
cálcio, magnésio, etc.) no solo, de forma disponível às plantas. No resultado
da análise de solo, um dos parâmetros indicativos da fertilidade é a “saturação
de bases”, representada por “V%”, cujo valor deve ser maior que 50%. Outro
parâmetro é o “pH”; no caso da teca, recomendam-se solos com “pH” igual ou
maior que 5,5. A presença do alumínio, que é um elemento tóxico à maioria das
plantas, diminui o pH e causa a indisponibilidade de vários nutrientes. É
importante lembrar que - comparativamente às culturas agrícolas, especialmente
as plantas de ciclo anual - as árvores exploram os recursos do solo de uma
forma mais intensiva; sendo o prazo da ação bem mais longo, permite que ocorram
simbioses e outras interações com os microorganismos do solo, o que facilita e
amplia sobremaneira a capacidade de utilização dos nutrientes. De forma que, em
termos de fertilidade, pode-se dizer que o cultivo de árvores para a produção
madeireira é menos exigente que a agricultura. De um modo geral, as terras
originalmente revestidas por florestas (desde que tenham boa drenagem) oferecem
condições físicas (permeabilidade, capacidade de retenção, etc.) adequadas ao
florestamento da teca. Já os solos de campo
natural e de cerrado, na maioria das vezes apresentam fortes
limitações físicas (pouca profundidade e compactação) ou químicas (baixa
fertilidade, elevada acidez, presença de alumínio, etc.) prejudiciais ao
desenvolvimento de vegetação de maior porte, pelo que seu uso no
reflorestamento da teca deve ser precedido de criteriosa experimentação. Condições
de solo menos propícias ensejam produção menor e madeira de qualidade inferior.
Ainda assim, tendo em vista as boas características silviculturais da teca, bem
como a qualidade e o valor de sua madeira, seu plantio eventualmente possa ser
a melhor alternativa econômica.
Topográficos
Devem ser evitados os terrenos de maior declividade, por serem mais
sujeitos à erosão. Se for o caso de utilizá-los, recomenda-se a construção de
curvas de nível, terraços e outras obras de conservação do solo. Sugere-se,
também, o estabelecimento de plantas de cobertura (ex.: leguminosas rasteiras,
como o calopogônio), para conter o corrimento superficial das águas.
3. A SEMENTE DA TECA
Características:
O material utilizado como “semente” é, na realidade, o fruto da teca.
O fruto é constituído por um caroço duro (endocarpo), revestido por um material
de textura semelhante ao feltro (mesocarpo) e envolvido por uma membrana fina, inflada,
de fácil remoção (exocarpo). Dentro do caroço existem quatro cavidades, denominadas
locos, onde podem estar alojadas até quatro sementes (figura 5). As sementes da
teca são pequenas e delicadas, daí a dificuldade do seu emprego como material
de propagação.
Figura 5. Fruto da teca - aspecto externo fruto da teca - corte transversal
Os frutos vendidos pela Cáceres Florestal não apresentam o exocarpo (membrana
externa), que é removida durante o beneficiamento. Um quilo contém de 900 a
1.500 frutos (média de 1.200 frutos). O tamanho dos frutos e seu percentual de
germinação variam de acordo com a procedência ou origem geográfica das
árvores matrizes, o tipo de solo, as condições climáticas que ocorreram durante
a frutificação e a maturação dos frutos, a intensidade da frutificação, a idade
da árvore, etc. Frutos menores não indicam, necessariamente, menor capacidade
de germinação. Para reflorestar um hectare de teca no espaçamento de 3,00 x
2,00 metros são necessários cerca de 4 quilos de frutos. Essa quantidade inclui
a provisão das mudas para o replantio. Em Cáceres, o fruto da teca é colhido
entre os meses de julho e outubro e fica disponível para comercialização a
partir de dezembro. Pode ser armazenado por vários meses, sem prejuízo do
índice de germinação, desde que o local seja seco, fresco e ao abrigo do sol e
da luz. A armazenagem por períodos mais longos requer o controle de umidade e
temperatura.
Uma questão de qualidade:
exocarpo
mesocarpo
endocarpo
loco com semente
·
o encurvamento do tronco. Encurvamento é o termo técnico usado para definir se um tronco é
retilíneo ou encurvado. O encurvamento é um aspecto importante para a indústria
madeireira, pois afeta o rendimento na conversão industrial, bem como a
qualidade e dimensões das tábuas, pranchas ou lâminas produzidas;
·
o comprimento do tronco. O comprimento do tronco é determinado pela altura de ocorrência da
primeira bifurcação. Verificou-se que a floração precoce, um caráter
fortemente hereditário, induz a bifurcação a baixa altura. O uso de sementes
colhidas de árvores de floração precoce aumenta a probabilidade de seus
descendentes terem troncos curtos. Para evitar essa condição indesejável,
recomenda-se eliminar as árvores de floração precoce por ocasião do desbaste do
reflorestamento;
·
a derrama natural. A derrama natural também está associada à floração precoce. Sabe-se
que a floração reduz a produção da auxina, um hormônio que inibe a brotação das
gemas situadas ao longo do tronco, favorecendo a ramificação;
·
a seção transversal do
tronco. A indústria madeireira dá preferência aos troncos
de secção circular, pois deformações tais como sapopemas e caneluras prejudicam
a qualidade e o rendimento na industrialização;
·
o vigor de crescimento e a
resistência frente a eventuais pragas e doenças. São também caracteres hereditários;
·
a qualidade da madeira. O preço da teca no mercado não depende apenas da forma e das
dimensões das toras, mas também da densidade, cor e outras propriedades da
madeira. Os comerciantes valorizam a madeira de determinadas regiões, por
oferecer um melhor conjunto de propriedades desejáveis. De forma que, é
importante conhecer a procedência das árvores utilizadas na produção de
sementes, bem como as propriedades que caracterizam sua madeira.
Assim sendo, na seleção das árvores matrizes devem ser considerados
apenas os exemplares de tronco retilíneo, comprido e de seção regular, que apresentem
boa derrama natural, que demonstrem vigor e sanidade, e cuja procedência seja
conhecida e reconhecida.
Por outro lado, considerando que as árvores necessitam de uma certa
idade para poder exteriorizar essas características, H. Keiding e A. Kaosa Ard,
respectivamente pesquisadores do Danida Forest Seed Centre (da Dinamarca) e do
Teak Seed Centre (do Departamento Real de Florestas da Tailândia), recomendam
que as árvores matrizes de teca tenham mais de 15 anos de idade.
As sementes da Cáceres Florestal
Para iniciar seus plantios, a Cáceres Florestal importou sementes das
melhores procedências de teca, escolhidas tanto pela boa forma e vigor de
crescimento das árvores, como pela qualidade de sua madeira. Posteriormente, ao
dar início à produção de sementes, a empresa selecionou e reservou para tanto
as melhores áreas dentre suas plantações de teca. As Áreas de Produção de
Sementes (APS) em questão têm mais de 15 anos de idade e foram submetidas a
repetidos desbastes seletivos, de forma que as sementes comercializadas pela
Cáceres Florestal oferecem o melhor potencial genético disponível no mercado. As
sementes da Cáceres Florestal são produzidas em conformidade com as “Normas
para a Produção de Sementes Fiscalizadas de Espécies Florestais”, sob controle
do Serviço de Fiscalização e Fomento Vegetal da Delegacia Federal de Agricultura
em Mato Grosso. Seus percentuais de pureza e germinação são garantidos por
análise desenvolvida em laboratório credenciado (Laboratório Oficial de
Análise de Sementes do INDEA/MT).
4. INDUÇÃO À GERMINAÇÃO
A germinação da semente da teca é demorada e irregular. Para
acelerá-la e uniformizá-la, sugere-se mergulhar os frutos em água corrente por
um período de 24 horas. Para tanto, deve-se colocá-los dentro de um saco de
aniagem ou juta, juntamente com um peso, de forma que permaneçam submersos. Não
dispondo de água corrente, é necessário trocá-la a cada 6 horas. Concluído o tratamento,
os frutos estarão prontos para serem semeados. No entanto, além da umidade, a
semente da teca necessita de muito calor para germinar. Caso o fruto seja
umedecido e faltar calor, a semente apodrecerá. Portanto, quando a temperatura
do solo (onde os frutos serão semeados) encontrar-se abaixo de 25°C, será
conveniente estimular a germinação, através de tratamento térmico complementar.
Para tanto, deve-se embrulhar o saco com os frutos pré-umedecidos numa lona
plástica preta e expô-lo ao sol forte, por um ou dois dias.
Vale lembrar que o solo úmido perde calor com a evaporação. Na região
de Cáceres, nos meses mais frios do ano (de maio a agosto), a temperatura do solo
úmido pode permanecer abaixo de 20ºC, mesmo que nas horas mais quentes do dia a
temperatura do ar alcance 30ºC ou mais. Essa condição resulta em baixo índice
de germinação.
5. PRODUÇÃO DA MUDA
A muda mais utilizada no caso da teca é do tipo “toco”. No entanto,
nada impede produzi-la em recipiente individual (saco plástico ou jacá).
Muda “toco”:
É a muda recomendada na propagação da teca, por ser prática e
econômica. Sua única desvantagem é o maior prazo de produção, que se estende
por 4 a 11 meses, exigindo, pois, uma programação antecipada. A muda “toco”
nada mais é que uma parte da muda de raiz nua, devidamente podada,
compreendendo cerca de 10 a 20 cm da raiz pivotante e 2 a 3 cm do caule. Desta
forma, dispensa recipiente (saco plástico ou jacá), aspecto que facilita a
produção, o transporte e o plantio. É muda de bom pegamento e muito resistente
a veranicos. Procedimentos na produção: a melhor época para iniciar a
produção da muda “toco” é em janeiro/fevereiro, ocasião em que as chuvas são
freqüentes e a umidade e temperatura elevadas. Nas regiões não sujeitas ao frio
do “inverno”, a produção das mudas poderá ser iniciada mais tarde. A largura
ideal para o canteiro de mudas é de 1,20m, pois facilita a semeadura, as
capinas e o arrancamento. O solo deve estar bem preparado. O canteiro deve ser
construído de maneira que tenha uma boa drenagem, mas que não fique sujeito à
erosão. O canteiro de mudas deve receber sol pleno e direto, sem qualquer
sombreamento. Os frutos - devidamente tratados - devem ser “semeados” no
compasso de 10 x 15 cm ou 15 x 15 cm, de forma bastante superficial, para que
fiquem aflorando (figura 6). É conveniente que o fruto fique com o “umbigo”
para baixo (figura 6), condição que facilita o desenvolvimento da radícula.
Após a semeadura, deve-se cobrir o canteiro com uma fina camada de terra
peneirada ou de casca de arroz.
Figura 6. Profundidade da Figura 7 Germinação e
desenvolvimento da plântula
semeadura e fruto com
“umbigo” para baixo.
Em princípio, se a semeadura ocorrer na força da estação das águas,
não haverá necessidade de irrigação. No entanto, é conveniente semear os frutos
em etapas, de forma que, no caso de um veranico forte, os canteiros possam ser
molhados por alguns dias, até que as mudinhas encontrem-se bem estabelecidas. Não
faltando água ou calor, a maior parte das sementes viáveis deverá germinar no
prazo de trinta dias (figura 7). No entanto, algumas sementes poderão vir a
germinar bem mais tarde, até mesmo no ano seguinte. Um
razoável percentual de frutos irá dar origem a mais de uma muda; é
preciso escolher a melhor delas e remover as excedentes, que poderão ser
replantadas naqueles locais onde houver falha de germinação. Com o fim das
chuvas, o crescimento das mudas reduz-se, podendo culminar - no auge da seca -
com a queda das folhas. A partir de setembro-outubro, com
o retorno das chuvas, as mudas voltam a enfolhar-se e a crescer. De novembro
em diante, as mudas estarão prontas para serem arrancadas e podadas.
Preparo da muda “toco”: (figuras 8, 9 e 10)
• arrancamento da muda: arrancar a muda a mão, puxando-a pelo caule. Caso
se encontre muito enraizada, usar um enxadão para soltá-la e para cortar a raiz
pivotante numa profundidade de 20 a 25 cm;
Aspecto da muda no canteiro Poda da muda Aspecto da (diâmetro do colo:
de 0,7 a 2,5 cm) muda “toco”
• poda da parte aérea: cortar o caule cerca de 2,5 cm acima do colo;
• poda do sistema radicular: cortar a raiz pivotante com 20 cm de
comprimento (ou menos, caso apresente algum dano ou bifurcação), eliminando a extremidade
não rígida; aparar também as raízes laterais.
As melhores mudas “toco” são aquelas com diâmetros do caule entre 1,25
cm e 3,00 cm. Se necessário, a muda “toco” poderá ser armazenada por alguns dias,
desde que conservada em saco de aniagem ou juta e em local seco, fresco e
abrigado do sol e da luz.
Muda em recipiente individual:
A muda produzida em recipiente individual (jacá ou saco plástico), tem
como principal vantagem o menor prazo de produção, podendo ser levada a campo 30
a 45 dias após a germinação. Entre as desvantagens desse tipo de muda citam-se
o maior custo de produção, as dificuldades inerentes ao s eu transporte e a
necessidade da remoção da embalagem previamente ao plantio. Procedimentos na
produção: semear os frutos tratados nos recipientes, observando os mesmos
cuidados referidos para a muda “toco”. Uma vez que o desenvolvimento do sistema
radicular é rápido, recomenda-se utilizar recipiente com 20 cm ou mais de
profundidade. Existe um outro tipo de recipiente individual que vem dando bons
resultados. Trata-se do “tubetão”, semelhante ao tubete utilizado na propagação
de eucalipto e pinus, porém de tamanho bem maior. As vantagens oferecidas pelo
tubetão frente ao saco plástico e ao jacá são o maior desenvolvimento do sistema
radicular, aspecto que impede a perda da terra por ocasião da remoção do
recipiente, e a “poda” da raiz pivotante através da ação da luz. As desvantagens
no seu uso estão no elevado custo de aquisição dos tubetões e uma certa
dificuldade na sua irrigação, devido ao tamanho das folhas da teca.
Semeadura direta:
Se o tempo for insuficiente à preparação das mudas, pode-se praticar a
semeadura direta no campo. No caso, a necessidade de sementes (frutos) será bem
maior: cerca de 10 quilos/ha.
6. PRODUÇÃO DE MUDAS ATRAVÉS DA REPICAGEM
Tendo em vista que um bom percentual de frutos produzem mais de uma muda,
foram desenvolvidas técnicas para melhor aproveitá-las através da repicagem.
Após receberem o tratamento preconizado no capítulo 4, os frutos são “semeados”
em caixas ou canteiros de germinação, de terra peneirada e limpa ou,
preferencialmente, de areia lavada. Não há necessidade de observar um espaçamento
regular dos frutos, bastando que sejam enterrados de maneira superficial, para
que fiquem aflorando. A vantagem da areia lavada frente à terra está no fato de
secar com maior rapidez e, por isso, aquecer mais durante o dia. O canteiro ou
caixa de germinação deve receber sol pleno e direto, sem qualquer sombreamento.
Molhar bem a cada dia, no final da tarde. A medida em que as sementes
germinarem, retirar as mudinhas com cuidado e transplantá-las para os canteiros
de mudas “toco” ou para as embalagens individuais (jacá, saco plástico,
tubetão, etc.). A repicagem pode ser retardada até que as mudinhas apresentem
duas ou mesmo quatro folhas verdadeiras (não considerando os cotilédones).
O espaçamento das mudas repicadas para o canteiro de mudas pode variar
entre 15 x 15 cm e 20 x 20 cm. Recomenda-se abrir uma pequena cova de formato
cônico, com 8 a 10 cm de profundidade (com o auxílio de uma espátula), e
acomodar a plântula de forma que sua raiz fique estendida e na vertical, e seu colo
ao nível do solo. Em seguida, chegar terra e compactá-la suavemente,
eliminando possíveis bolsões de ar junto à raiz. É necessário sombrear as
plântulas após sua repicagem, com “Sombrite 50%”, e irrigá-las por uma ou duas
semanas. Recomenda-se aplicar um fungicida como preventivo contra o tombamento.
Passada essa fase de aclimatação, o canteiro das mudas deve ficar exposto a
pleno sol. Caso não chova, será preciso irrigar as mudas até que apresentem quatro
pares de folhas, ou mais.
7. PREPARO DO TERRENO
Conforme já informado no capítulo dos requisitos, para seu bom desenvolvimento
a teca requer solo profundo, permeável, de boa capacidade de retenção de água e
de fertilidade mediana ou melhor. Previamente à escolha da área de plantio, é
recomendável realizar um cuidadoso levantamento dos solos, para verificar sua
capacidade de uso e conferir se os requisitos da teca estão sendo atendidos. O
levantamento dos solos compreende a tomada de amostras da terra, coletadas com
ajuda de um trado ou cavadeira, em pelo menos quatro
profundidades do seu perfil (0-20 cm, 21-40cm, 41-60 cm e 61-80 cm).
As análises física e química dessas amostras permitirão, juntamente com as informações
obtidas durante sua coleta no campo, uma adequada avaliação do potencial do
solo. Cada trecho do terreno que apresentar solo de aspecto diferenciado deverá
ser objeto de amostragem.
8. CORREÇÃO E ADUBAÇÃO
A correção e adubação de solos originalmente férteis e que se
encontrem parcialmente exauridos não deve oferecer maiores dificuldades. No
entanto, no caso de solos muito ácidos, pobres em nutrientes e com elevados
teores de alumínio, como acontece com freqüência nas terras de campo natural e
de cerrado, a correção e adubação poderão requerer investimentos pesados. Outra
dificuldade verificada é a incorporação do calcário no subsolo, uma vez que a
ação misturadora da grade limita-se à profundidade de 20/30 cm. Portanto,
qualquer iniciativa neste sentido deverá ser precedida de criteriosa experimentação.
9. PLANTIO
A época ideal para o plantio é o início do período de chuvas
freqüentes; na região de Cáceres o mês mais indicado é dezembro. O terreno que
irá receber as mudas deverá estar bem preparado, livre de gramíneas e outras
ervas daninhas; o solo deve encontrar-se macio, permeável e sem impedimentos ao
bom e fácil desenvolvimento das raízes. O espaçamento recomendado é de 3,00 x
2,00 metros, exigindo 1.667 mudas por hectare. Instalar uma muda por cova,
observando que o seu colo não fique fundo ou raso, mas ao nível do solo. No
caso de muda “toco”, cuidar para não plantá-la invertida, ou seja, com a raiz
para cima. Sendo a muda do tipo embalada, será preciso remover a embalagem. O
replantio das mudas que falharam deve ocorrer sem demora. No caso da muda
“toco”, o percentual de falhas normalmente é pequeno, inferior a 10%. Se o solo
for de boa qualidade e fértil, pode-se plantar milho, amendoim ou feijão nas
entrelinhas (no ano da implantação), desde que mantido um espaçamento adequado,
de forma a não sombrear as mudas de teca.
10. TRATOS CULTURAIS
A teca é particularmente sensível à competição de gramíneas e outras
ervas daninhas, tanto no que se refere à disponibilidade de água, como de
nutrientes e até de luz. Durante o primeiro ano é necessário manter o terreno
bem carpido; no segundo ano, o sombreamento proporcionado pela teca evitará em boa
parte o desenvolvimento do “mato”, reduzindo a necessidade de capinas e roçadas;
de um modo geral, a partir do terceiro ano, esses tratos culturais podem ser
dispensados. O controle das gramíneas e ervas daninhas poderá ser mecânico
(gradagem, roçada) ou químico (com herbicidas). O sistema radicular da teca é
pouco profundo, concentrando-se nos primeiros 40 cm, de forma que a gradagem
deverá ser superficial. Por outro lado, é preciso evitar que os discos externos
da grade promovam a amontoa (da terra) junto ao pé das mudas de teca, causando
o indesejável “afogamento do colo”. No controle químico poderão ser utilizados
herbicidas seletivos (que controlam apenas plantas de folha estreita, isto é,
as gramíneas) e não seletivos (que matam tanto as plantas de folha estreita
como as de folha larga). Na aplicação de herbicidas não seletivos que agem via
foliar, sejam eles sistêmicos ou de contato, recomenda-se o uso de coifa, para
evitar que o defensivo atinja as folhas da teca. Não devem ser utilizados
herbicidas não seletivos que
penetram via solo e raízes, pois certamente afetarão a teca.
11. PROTEÇÃO
Controle da formiga (quenquém e saúva)
Previamente ao plantio das mudas convém realizar um levantamento dos formigueiros
existentes na área de plantio e na sua imediação, e combatê-los. Embora as
formigas cortadeiras tenham preferência por outras espécies vegetais,
encontrando-se o terreno bem carpido e limpo, certamente atacarão as mudas de
teca. Recomenda-se o controle anual dos formigueiros sobreviventes e das novas
infestações. Com o passar do tempo e não havendo disponibilidade de outra
vegetação atrativa e em quantidade, as formigas passarão a dar preferência à
teca. A prática de desbastes precoces e espaçamentos maiores induz à formação
de um sub-bosque espontâneo, aspecto favorável no controle do ataque das formigas.
Outras pragas e doenças (parasitas - erva de passarinho)
A teca é uma planta pouco sujeita a pragas e doenças. Em Cáceres não
foi registrado qualquer problema de significância. Nas plantações situadas próximas
a florestas naturais se tem observado certa incidência de plantas parasitas, do
tipo “erva de passarinho”, que se instalam na copa das árvores de teca. Recomenda-se,
por ocasião do desbaste, eliminar as árvores fortemente infestadas por
parasitas do gênero.
Controle do fogo
Embora a árvore de teca seja bastante resistente ao fogo, o mesmo deve
ser evitado a todo custo. De um lado, o fogo causa lesões na casca e no câmbio,
prejudicando a qualidade das árvores e de sua madeira; do outro lado, o fogo carboniza
as raízes superficiais, degrada o chão da floresta, queimando o folhedo (tapete
de folhas, ramos, sementes, etc. que caem a cada ano), acelerando a decomposição
da matéria orgânica, volatilizando importantes nutrientes e destruindo a
micro-fauna e micro-flora do solo. Por ser a folha da teca grande e caduca,
durante a estação seca o solo fica coberto por espesso folhedo, de fácil
combustão. Recomenda-se a construção e manutenção de aceiros perimetrais e
divisórios e, nos dias de maior risco de incêndio, a presença de uma equipe
treinada para apagar eventuais focos.
12. MANEJO FLORESTAL
Brotação múltipla da muda
Algumas mudas de teca poderão emitir mais de um broto, que tomará a direção
vertical e competirá com o caule principal (vide figura 11). É preciso podá-lo
antes que engrosse muito e comprometa o alinhamento e a resistência da planta.
Eventualmente será necessário um repasse, decorridos 90 dias.

Figura 11. Brotação múltipla Poda do broto
Poda de ramos ou derrama
De um modo geral, a teca apresenta uma razoável derrama natural. No entanto,
o amplo espaçamento requerido para o rápido crescimento das árvores estimula a
emissão de ramos, conferindo maior vigor e persistência aos mesmos. Tendo em
vista que o propósito do reflorestamento é a produção de madeira limpa, sem
nós, a poda ou derrama artificial é indispensável. A poda dos ramos não deve
exceder um terço da altura da planta. A primeira poda deve ser efetuada um ano
após o plantio; recomenda-se o uso de serrote. O ramo deve ser cortado rente a
sua inserção no tronco, procurando não danificar a casca (figura 12).
antes após
Figura 12. Poda do ramo
Em princípio, de quatro a seis podas, espaçadas de dois a três anos,
são suficientes para o ciclo de corte de 30 anos. De uma maneira geral, a poda deve
ser realizada após o desbaste. Do chão, munido de um serrote instalado numa
vara longa, é possível cortar ramos situados até seis metros de altura. Por
razões de ordem econômica, não se recomenda podar ramos situados mais acima. Condições
inadequadas de solo, competição de gramíneas e outras ervas daninhas,
desfolhamento por formigas ou lagartas, veranicos fortes, perda do ponteiro,
desbastes intensos em povoamentos adensados, entre outros, estimulam a brotação
das gemas que existem latentes (adormecidas) ao longo do tronco, exigindo podas
adicionais.
Desbastes
À medida que cresce, a árvore necessita de mais espaço; em termos de
solo, para satisfazer suas crescentes necessidades de água e nutrientes; em
termos aéreos, para desenvolver a copa e, assim, poder realizar a fotossíntese
e a transpiração. O desbaste ou raleamento tem por propósito reduzir o número
das árvores do reflorestamento, de forma que as remanescentes disponham de mais
espaço para continuarem crescendo. No caso de plantações de madeira para
serraria e laminação, o ganho das árvores em diâmetro deve ter prioridade sobre
o incremento em altura. O objetivo dos desbastes, no caso, é promover o maior incremento
em volume, distribuído pelo menor número de árvores, no menor tempo possível.
Ao longo do ciclo de vida das árvores da
plantação deverão ser realizados seguidos desbastes, até que as árvores
remanescentes alcancem a dimensão programada para o corte raso ou final do
povoamento. O primeiro desbaste deve ocorrer quando a altura média das árvores dominantes
(as 100 árvores mais altas de um hectare) alcançar oito metros. Nos melhores sítios
essa altura é atingida aos três ou quatro anos; em sítios de qualidade
inferior somente é alcançada aos cinco, seis ou mais anos. Caso a altura média
das árvores dominantes de um determinado sítio, aos seis anos, for inferior a
oito metros, recomenda-se direcionar o manejo da floresta para a produção de
postes (eventualmente, esse tipo de atividade possa ser tão rentável como
produzir madeira para serraria e laminação). Considerando o espaçamento inicial
de 3,00 x 2,00 m, o primeiro desbaste deveria ser sistemático, com intensidade
de 50%, cortando-se cada segunda árvore. Os desbastes posteriores não têm data
marcada; a oportunidade da intervenção deverá ser definida pelo incremento
médio anual do diâmetro das árvores. Os desbastes devem ocorrer de forma
que esse incremento não sofra redução. Para a obtenção de toras com dimensões
para serraria e laminação, num ciclo de corte de 30 anos, o incremento médio do
diâmetro das árvores deveria ser da ordem de 17mm (dezessete milímetros) ao
ano. Desta forma, por ocasião do corte final o diâmetro médio das árvores seria
de aproximadamente 50cm (cinqüenta centímetros).
Em sítios de qualidade inferior é possível que, a
despeito de existir amplo espaçamento entre as árvores, o incremento diamétrico
fique abaixo do desejado. No caso, uma alternativa seria estender o ciclo de
corte. Um critério prático na determinação da capacidade de produção de um
sítio é a “área basal”. Denomina-se “área basal individual” a área da seção do
tronco da árvore, medida à altura do peito, ou seja a 1,30 m. do solo. Através
da somatória das “áreas basais individuais” obtém-se a “área basal do agrupamento
arbóreo considerado” ou, simplesmente, “área basal”. A área basal é expressa em
m²/ha. Alceu de Arruda Veiga conceituou área basal como sendo “... uma
expressão que indica o momento ou idade em que as plantas do povoamento fazem
uso de uma capacidade máxima de utilização dos fatores limitantes do seu crescimento
(luz, umidade, nutrientes), capacidade essa condicionada ao sítio em questão. A
área basal não depende do espaçamento, sendo atingida ao se alcançar a idade de
estagnação. Esta, sim, é função do compasso florestal”. Para se determinar a
área basal de um determinado sítio, basta acompanhar a evolução do seu
incremento anual. Quando esse incremento tender a zero, pode-se dizer que a
área basal daquele sítio foi alcançada.
Inventário florestal / cubagem
Para saber como a floresta está se desenvolvendo e quando praticar o
próximo desbaste, é preciso medir periodicamente o diâmetro e a altura das
árvores. Através dessa medição é possível apurar os incrementos, ou seja, os
ganhos em altura e em diâmetro e, a partir daí, calcular o incremento em volume
das árvores e da floresta. O levantamento e o processamento dessas informações é
denominado inventário florestal. Para evitar a medição de todas as árvores do
reflorestamento, são escolhidas “parcelas de amostragem”, distribuídas ao acaso
por todo o povoamento, mas de maneira a bem representar os diferentes crescimentos
das árvores, na proporcionalidade de sua ocorrência. Habitualmente, os
inventários são realizados a cada dois anos. Uma vez que o objetivo da
plantação é a produção de madeira para serraria e laminação, na apuração do
diâmetro, da altura e do volume das árvores devem ser considerados os critérios
de cubagem adotados pela indústria, a saber:
• diâmetro. O diâmetro da árvore é medido à altura do peito (DAP),
isto é, a 1,30 m. do solo. O diâmetro pode ser medido sobre ou sob a casca,
sendo então respectivamente denominado “com casca” (c/c) ou “sem casca” (s/c). No
comércio os toras são comprados sem casca, pelo que o volume comercialda
floresta deveria ser calculado tendo por base o diâmetro sem casca (DAP s/c);
• altura. A altura considerada é a denominada “altura comercial” (Hc),
que leva em conta o comprimento do tronco, medido do nível do solo até o início
da copa.
• fator forma. O tronco da árvore tem forma cônica, ou seja, seu
diâmetro diminui com a altura da árvore. Para compensar essa conicidade é
preciso aplicar um fator de correção, denominado fator forma (Ff);
13. PRODUÇÃO
Entende-se por produção o volume de madeira, de valor comercial,
colhido nos desbastes e no corte final de um reflorestamento. No cálculo da
estimativa da produção futura de um reflorestamento devem ser considerados:
• a “produtividade”, ou seja, o incremento médio anual em volume das
árvores e
• o “ciclo de corte”, isto é, o prazo que se estende do plantio das
mudas até o corte raso da plantação.
A produtividade de uma plantação de teca, considerando condições
adequadas de semente, sítio, implantação, manutenção e manejo, deve situar-se
acima de 10 m³/ha/ano. No entanto, cabe lembrar que tal parâmetro diz respeito
ao volume da madeira em pé. O volume comercial disponível para venda, cubado na
forma de tora, é menor, pois com o corte da árvore, sua madeira passa a secar e
a encolher, determinando redução na medida da circunferência e conseqüente
redução de volume. O encolhimento é maior na casca e no alburno, que são os
tecidos que contêm mais água ou umidade. Assim, quanto maior o percentual de casca
e alburno, como é comum nos fustes de árvores jovens, de menor diâmetro e ou
submetidas a um manejo que objetive a colheita precoce, maior é a “quebra”. Por
outro lado, os valores para o fator forma habitualmente utilizados no cálculo
do volume da madeira em pé, têm mostrado ser elevados. A prática vem mostrando
que mesmo no caso do corte raso aos 30 anos, o volume colhido e cubado como
tora é significativamente menor que o volume inventariado para a madeira em pé.
Mesmo em sendo utilizados parâmetros conservadores, essa diferença varia entre
15% e 20%. No passado, a empresa estimava serem necessários apenas 25 anos para
a produção de fustes com DAP médio de 50 centímetros. No entanto, com o passar
dos anos e a maior idade de seus povoamentos, verificou ser preciso estender o
ciclo por mais cinco anos para obter maior percentual de madeira de cerne. O
prazo para que um anel de crescimento recém-formado passe a integrar o cerne é
de cinco a seis anos. Assim, estima-se que o ciclo requerido à formação de
fustes de menor conicidade e com maior percentual de cerne deva ser o dobro do
prazo decorrido entre o plantio e o derradeiro desbaste, acrescido dos cinco
anos necessários à maturação do cerne. Mais de 60% da produção total da
plantação são colhidos por ocasião do corte raso, ao final do ciclo de corte. Considerando
a produtividade, as quebras e o percentual referidos nos parágrafos anteriores,
pode-se estimar o volume comercial do corte raso, em tora, para uma plantação
de teca bem estabelecida e manejada, em cerca de 150 m³/ha. Embora os volumes
colhidos nos desbastes sejam menores e a qualidade de sua madeira inferior
àquela do corte final, sua utilização, comercialização e industrialização são
viáveis e pode gerar um bom retorno. A madeira do primeiro desbaste, colhida a
partir do terceiro ano, vem sendo mais utilizada como lenha, na secagem de
grãos e queima de tijolos. No segundo desbaste, que deve ocorrer a partir do
sexto ano, os diâmetros são maiores e permitem que sua madeira seja empregada
na forma roliça, como moirões, escoras, varas, esteios, ou vigamento para
construções rústicas, etc.. Os toretes do terceiro desbaste podem ser serrados
em pontaletes, caibros e vigotas, prestando-se também à produção de sarrafos,
lambris e, especialmente, de painéis de sarrafos colados. A partir do terceiro
desbaste pode-se considerar a exportação de toras “in natura”, uma vez que a
Índia oferece um bom mercado para peças roliças e com casca com diâmetros médios
(medidos ao meio do comprimento) a partir de 15 centímetros. Vale registrar que
a industrialização da madeira dos desbastes é uma atividade simples e não
requer investimento de monta. A indústria brasileira fabrica diversos tipos de
serrarias, especificamente construídas para o desdobramento da madeira de
reflorestamento, de baixo custo e boa produtividade. A serragem da madeira do
desbaste nas imediações do reflorestamento reduz consideravelmente os custos de
produção e transporte, viabilizando sua colocação no mercado a preços muito
competitivos.
14. CUSTO E RECEITA
Custo
Com base em trabalho desenvolvido no ano de 2001, por um grupo de plantadores
de teca do Estado de Mato Grosso, sob a coordenação da Federação das Indústrias
(FIEMT), para instruir um programa de financiamento do Banco do Brasil, pode-se
estimar o custo direto na implantação e manutenção de um reflorestamento de
teca em cerca de R$7.000,00 por hectare. Tal custo não inclui o valor da terra,
despesas maiores com o preparo do terreno (derrubada, destoca, subsolagem,
etc,), despesas maiores com a correção e adubação do solo, nem as despesas na
administração (overhead) do empreendimento; também não inclui as despesas com o
corte das árvores, seja por ocasião dos desbastes ou do corte final.
Mais de 60% deste total são despendidos nos primeiros dois anos.
Receita
A receita se dá com a venda da madeira colhida nos desbastes e no
corte final do reflorestamento. Para tanto, os troncos das árvores colhidas
devem ser recortados em toras, a serem baldeadas (transportadas) para um local
de fácil acesso. O preço da tora varia de acordo com sua qualidade e dimensões,
especialmente o diâmetro. Toras de maior diâmetro, retilíneas, sadias e isentas
de galhos, de nós e de calombos, alcançam preço elevado, pois permitem a
produção de madeira serrada ou faqueada de boa qualidade e rendem mais na
conversão industrial.
15. GLOSSÁRIO
alburno: parte periférica e mais nova da madeira do tronco
das árvores, formada de células vivas que conduzem a água das raízes para a
copa. Suas células vivas contêm materiais de reserva, como o amido; geralmente
é de coloração mais clara e de menor durabilidade que o cerne. O alburno é mais
propenso ao empenamento e à contração, e mais sujeito ao ataque de insetos e ao
apodrecimento. O alburno da maioria das madeiras é desprezado. É também chamado
de brancal.
árvore matriz: árvore selecionada e, na
maioria das vezes, reservada para a produção de sementes. Também conhecida como
árvore porta-semente ou árvore-mãe.
cerne: parte do lenho da árvore, formada de células
mortas e sem substâncias nutritivas de reserva; fica no centro do tronco e é
quase sempre mais escura que o alburno ou brancal. Também chamado de durame.
colo: zona de transição entre a raiz e o caule, já
manifesta em plantas jovens.
cotilédones: primeiro par de folhas do embrião da semente.
Apresentam forma arredondada, semelhante à do feijão novo, diferenciando-se das
folhas produzidas em seguida, cuja borda é serrilhada.
correção: adição de um corretivo, geralmente calcário, com
o propósito de reduzir a acidez do solo, neutralizar o alumínio e
disponibilizar Cálcio, um importante nutriente para as plantas.
cubagem: avaliação do volume de material lenhoso do tronco
de uma árvore, ou de um ou mais toras ou peças de madeira.
derrama natural: é a supressão natural dos
ramos inferiores da copa. Tratasse de característica transmissível, mas também
condicionada ao compasso, ou seja à distância entre as árvores. Compassos
menores induzem o sombreamento dos ramos inferiores da copa, promovendo sua
morte e supressão.
desbaste: ou raleamento. Intervenção silvicultural
destinada a reduzir o número de árvores de uma floresta. Através do desbaste
aumenta-se a taxa de crescimento individual das árvores remanescentes, pode-se
melhorar a composição do povoamento, gera-se matéria-prima, etc.
drupa: fruto carnoso provido de núcleo (caroço) muito
duro.
floração precoce: enquanto a maioria das
árvores de teca somente floresce após o sexto ano, algumas já o fazem aos três
ou quatro anos de idade, sendo por isso classificadas como de floração precoce.
A floração precoce é prejudicial na medida em que desvia energia que deveria
ser concentrada no crescimento da planta.
heliófita: planta que vive completamente exposta ao sol.
incremento médio anual do diâmetro: trata-se
da variação verificada ao longo de um ano no diâmetro médio das árvores de um
reflorestamento, tomado à altura do peito, ou seja a 1,30 metros do solo.
mogno: também conhecida por araputanga, caoba ou aguano,
é árvore de grande porte da floresta amazônica. Sua madeira é de excelente
qualidade e tem boa procura e preço elevado tanto no mercado interno, como no
exterior. O nome botânico da espécie é Swietenia macrophylla; pertence à
família das meliáceas.
panícula: tipo de inflorescência racemosa, na qual os ramos
decrescem da base para o ápice, pelo que assume forma aproximadamente
piramidal.
período seco: é o período do ano sujeito a precipitações
mensais médias inferiores a 50 mm.
pioneira: espécie vegetal capaz de invadir áreas desnudas,
aí persistindo até ser deslocada com o prosseguimento da sucessão.
plântula: nome que toma o embrião da semente, no primeiro
estágio dedesenvolvimento, durante a germinação.
Manual do cultivo da teca - 32
procedência: localização geográfica e ambiental das árvores ou
povoamentos fornecedores de material reprodutivo (sementes, pólen, propágulos).
radícula: raiz rudimentar que existe no embrião da semente.
repicagem: consiste na mudança das plantas dos canteiros
onde foram semeadas para outros, onde ficarão até completarem o estágio de
muda.
sapopema: também conhecida por canelura ou raiz escora, é
uma raiz tabular que se estende acima da terra, ao longo do tronco, formando
cristas.
sítio: ou localidade. De acordo com C.Garcia-Piquera é a
“unidade fundamental de meio ambiente, considerada segundo os fatores
ecológicos (clima, solo, topografia, etc), com referência ao poder regenerativo
arbóreo”. Segundo A.A. Veiga “é a resultante das influências positivas e
negativas dos fatores limitantes ao crescimento das árvores de um povoamento,
os quais se acham sob pura interação”.
tombamento: morte ou
destruição de mudas por fungos que causam o apodrecimento dos caulículos e das
pequenas raízes.
tora: tronco de árvore abatida, ainda com casca.
veranico: estiada durante a estação chuvosa, com dias de
intenso calor e
insolação.
Assinar:
Postagens (Atom)